CLARA ROSA CRUZ GOMES

Esse  momento em que vivemos é de valorização da literatura de cordel não só pelo meio acadêmico mas também porque está se abrindo vários espaços e iniciativas para discussão e divulgação dessa arte. Muitas escolas, por exemplo, estão descobrindo maneiras deliciosas e divertidas de utilizar o cordel em sala de aula.

Existem muitos desafios na literatura de cordel. Um deles, por exemplo, é a mulher conquistar o seu espaço enquanto cordelista.

O termo literatura de cordel é amplamente aceito. Porém, existe uma polêmica com o termo cordel porque o nome dessa literatura vem de Portugal onde os folhetos eram expostos em barbantes ou cordões, daí cordel. Mas aqui no Brasil não necessariamente os cordéis são vendidos assim. Mas quando se fala literatura de cordel se entende uma poesia com forma própria de escrita e particularidades de métrica cuja forma mais clássica é a sextilha. Para se escrever cordel, além de ser divertido, a gente quebra um pouco a cabeça. Escrever cordel significa respeitar as métricas da rima e ter uma boa oração, que dizer, ter um conteúdo que traga reflexões.

A literatura de cordel pode ser considerada um meio de comunicação de massas surgido na Europa e trazido para nós pelos portugueses. Essa literatura foi muito importante no Brasil como veículo de comunicação antes do surgimento do rádio.

O cordel é considerada uma literatura nordestina porque foi lá que nasceu e se desenvolveu. Mas hoje pode ser considerada uma manifestação literária brasileira pois já se espalhou por todo Brasil.

No Brasil, uma particularidade que acontece no cordel é o casamento entre cordel e xilogravura que seria uma gravura artesanal que se faz talhando a madeira.

A literatura de cordel apresenta, também, um estreito relacionamento com a cantoria. No início da publicação da literatura de cordel no país e até hoje, muitos autores de folhetos são também cantadores, repentistas que improvisam versos ao som de suas violas.